Desde adolescente sempre foi engajado na luta contra as drogas, fazia palestras na Igreja Católica do Jaraguá, e se incumbia de ficar o máximo de tempo possível ao lado da pessoa que tinha maior necessidade de ajuda naquele momento.
Eu acompanhei pessoalmente várias dessas histórias, mas tem uma que me marcou de uma forma especial.
Tem um menino aqui do bairro, lindo, inteligente, mas que estava numa situação deseperadora, e seu pai dizia: "Ou eu tiro o R... das drogas ou eu não me chamo José Roberto, me ajuda Sônia, conversa com ele dá atividades pra ele"
E em todos os lugares que seu pai ía levava o R...tentava absorver 24hs por dia da vida desse moço, ensinou a tocar contra-baixo, ensinou o menino a fazer esculturas e por aí vai...
O moço aprendeu tanta coisa com seu pai, que começou a andar com suas próprias pernas (ficou quase tão bom nas artes quanto o seu pai) dava até aulas de epox.
Um dia o R...disse para Beto que ia passar uns tempos fora do Bairro, pois seus problemas familiares estavam interferindo demais em sua vida e ele tinha medo de voltar as drogas, o Beto ficou triste..
R..se foi, e não ouvimos mais falar dele, meses depois eu o encontro totalmente drogado, mas eu não falei nada pro seu pai, porque na ocasião ele estava meio doente e eu não queria preocupá-lo
Alguns dias depois o R..chega no Bar daquele jeito, seu pai entrou em desespero: Chorava tanto, tinha pouca gente no Bar, era um domingo tarde da noite, ele ficou tão desesperado que trancou o menino lá dentro, tentando mais uma vez tirá-lo daquela situação desesperadora , mas naquele momento R...não tinha nenhuma capacidade de absorção...Ele continua aqui, e todas as vezes que eu o encontro ele chora muito, falando da ajuda e da oportunidade que teve...
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